Entrevista:
A aluna Jordana Ribeiro do 1º ano M¹, matutino, no dia 24 de outubro, entrevistou Dona Dalila Darós, que trabalhou no único posto telefônico de Soturno. O objetivo foi saber um pouco mais da comunicação de nossa comunidade nas décadas anteriores.
A aluna Jordana Ribeiro do 1º ano M¹, matutino, no dia 24 de outubro, entrevistou Dona Dalila Darós, que trabalhou no único posto telefônico de Soturno. O objetivo foi saber um pouco mais da comunicação de nossa comunidade nas décadas anteriores.
ZACHEU NOTÍCIAS:
COMO
SURGIU O POSTO TELEFÔNICO?
DALILA
DARÓS: O
posto telefônico surgiu com a reivindicação da comunidade,
aproximadamente no ano de 1989, para que houvesse mais possibilidades de
comunicação entre as pessoas. Ele começou a funcionar no quintal da casa do
senhor Daniel Bazoni e só mais tarde passou a ser localizado ao lado do
ginásio.
ZN: COMO FUNCIONAVA O
POSTO TELEFÔNICO?
DD: No começo não tinha
cabine, e a privacidade das pessoas era pouca. Os horários de funcionamento
eram alternados com mais uma colega de trabalho. O valor das ligações era
cobrado de acordo com o tempo de ligação, ou seja, era controlado com o relógio
de pulso, portanto pagavam-se os minutos somados ao término da ligação.
ZN: QUEM MAIS USAVA O POSTO?
E QUEM ERAM ESSAS PESSOAS?
DD: Além dos moradores,
muitos caminhoneiros usavam o posto, por ser único, tínhamos que às vezes
atendê-los tarde da noite, ou em qualquer hora. Acabávamos atendendo muitas
pessoas além do horário de funcionamento, sendo que o horário em que mais se atendia
era à noite. O posto também abria aos sábados e em casos de urgência atendíamos
até mesmo aos domingos.
ZN: QUANTAS PESSOAS TINHAM POSTO NA ÉPOCA?
DD: Praticamente ninguém
tinha telefone na época. E as empresas foram ter telefone muito tempo
depois do surgimento do posto.
ZN: QUANTO TEMPO DUROU O POSTO TELEFÔNICO?
DD: O posto telefônico
durou aproximadamente uns onze anos, quando aposentei.
ZN: VOCÊ SE LEMBRA DE ALGUM RECADO IMPORTANTE QUE TEVE QUE
DAR?
DD: Não me recordo
muito. Mas era difícil, quando tínhamos que avisar sobre algum falecimento,
“era sempre com os olhos cheios de lágrimas e um nó na garganta”, mas era o
nosso dever dar o recado.
ZN: COMO VOCÊ VÊ A MUDANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO? ELAS
FORAM BOAS OU NÃO? POR QUÊ?
DD: Acho muito importante
toda essa mudança, porque depois disso o desenvolvimento da comunidade cresceu
mais. Mas para as crianças isso é ruim, porque ficam muito envolvidas com o mundo
da internet e se esquecem de conviver com as pessoas que estão ao seu lado.
ZN: QUAL É O MEIO DE
COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ MAIS USA?
DD: Eu não conheço muito
todos esses meios de comunicação, uso mais o telefone fixo.
ZN: O QUE VOCÊ ACHA QUE
AINDA DEVE MUDAR NA COMUNICAÇÃO?
DD: Para mim, no momento,
a comunicação está boa, pois podemos nos comunicar com qualquer um onde quer que
esteja.
ZN: COMO FOI QUE O POSTO
TELEFÔNICO FOI DEIXANDO DE SER TÃO ÚTIL PARA A COMUNIDADE?
DD: Depois que me
aposentei, o posto funcionou por algum tempo, mas logo parou, uma vez que
aconteceu a instalação de orelhões telefônicos e residenciais.
ZN: QUAL MENSAGEM VOCÊ
DEIXARIA PARA AS PESSOAS QUE ESTÃO SEMPRE SE COMUNICANDO?
DD: O tempo
em que trabalhei no posto telefônico me fez aproximar mais das pessoas, e me
deu novos amigos. O contado entre as pessoas era muito próximo. “Mas hoje em
dia sabemos que o celular aproxima quem está longe e distância quem está perto”.

Nenhum comentário:
Postar um comentário