quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Entrevista com Dona Dalila Darós (Zacheu Notícias 3° Trimestre)

Entrevista:

A aluna Jordana Ribeiro do 1º ano M¹, matutino, no dia 24 de outubro, entrevistou Dona Dalila Darós, que trabalhou no único posto telefônico de Soturno. O objetivo foi saber um pouco mais da comunicação de nossa comunidade nas décadas anteriores.

ZACHEU NOTÍCIAS: COMO SURGIU O POSTO TELEFÔNICO?

DALILA DARÓS: O posto telefônico surgiu com a reivindicação da comunidade,  aproximadamente no ano de 1989, para que houvesse mais possibilidades de comunicação entre as pessoas. Ele começou a funcionar no quintal da casa do senhor Daniel  Bazoni e só mais tarde passou a ser localizado ao lado do ginásio.


ZN: COMO FUNCIONAVA O POSTO TELEFÔNICO?

DD: No começo não tinha cabine, e a privacidade das pessoas era pouca. Os horários de funcionamento eram alternados com mais uma colega de trabalho. O valor das ligações era cobrado de acordo com o tempo de ligação, ou seja, era controlado com o relógio de pulso, portanto pagavam-se os minutos somados ao término da ligação. 

ZN: QUEM MAIS USAVA O POSTO? E QUEM ERAM ESSAS PESSOAS?

DD: Além dos moradores, muitos caminhoneiros usavam o posto, por ser único, tínhamos que às vezes atendê-los tarde da noite, ou em qualquer hora. Acabávamos atendendo muitas pessoas além do horário de funcionamento, sendo que o horário em que mais se atendia era à noite. O posto também abria aos sábados e em casos de urgência atendíamos até mesmo aos domingos.

ZN: QUANTAS PESSOAS TINHAM POSTO NA ÉPOCA?

DD: Praticamente ninguém tinha telefone na época. E as empresas foram ter  telefone muito tempo depois do surgimento do posto.

ZN: QUANTO TEMPO DUROU O POSTO TELEFÔNICO?

DD: O posto telefônico durou aproximadamente uns onze anos, quando aposentei.

ZN: VOCÊ SE LEMBRA DE ALGUM RECADO IMPORTANTE QUE TEVE QUE DAR?

DD: Não me recordo muito. Mas era difícil, quando tínhamos que avisar sobre algum falecimento, “era sempre com os olhos cheios de lágrimas e um nó na garganta”, mas era o nosso dever dar o recado. 

ZN: COMO VOCÊ VÊ A MUDANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO? ELAS FORAM BOAS OU NÃO? POR QUÊ?

DD: Acho muito importante toda essa mudança, porque depois disso o desenvolvimento da comunidade cresceu mais. Mas para as crianças isso é ruim, porque ficam muito envolvidas com o mundo da internet e se esquecem de conviver com as pessoas que estão ao seu lado.

ZN: QUAL É O MEIO DE COMUNICAÇÃO QUE VOCÊ MAIS USA?

DD: Eu não conheço muito todos esses meios de comunicação, uso mais o telefone fixo. 

ZN: O QUE VOCÊ ACHA QUE AINDA DEVE MUDAR NA COMUNICAÇÃO?

DD: Para mim, no momento, a comunicação está boa, pois podemos nos comunicar com qualquer um onde quer que esteja. 

ZN: COMO FOI QUE O POSTO TELEFÔNICO FOI DEIXANDO DE SER TÃO ÚTIL PARA A COMUNIDADE?

DD: Depois que me aposentei, o posto funcionou por algum tempo, mas logo parou, uma vez que aconteceu a instalação de orelhões telefônicos e residenciais.

ZN: QUAL MENSAGEM VOCÊ DEIXARIA PARA AS PESSOAS QUE ESTÃO SEMPRE SE COMUNICANDO?


DD: O  tempo em que trabalhei no posto telefônico me fez aproximar mais das pessoas, e me deu novos amigos. O contado entre as pessoas era muito próximo. “Mas hoje em dia sabemos que o celular aproxima quem está longe e distância quem está perto”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...